A origem dos bersekir é desconhecida. Tácito, porém, faz menção de grupos de guerreiros germânicos com uma fúria frenética, também uma menção bastante conhecida no formato poético de Haraldskæði (8,12,13).
Especula-se que os berserkir eram grupos ou bandos de guerreiros inspirados religiosamente. Esses guerreiros entravam em tamanho estado de fúria em combate que dizia-se que suas peles podiam repelir armas. Lendas contam também que os berserkir tomados por um frenesi insano, iam a batalha despidos e atiravam-se nas linhas inimigas.
Os berserkir possuíam os atributos de um totem animal, tipicamente um urso ou lobo. Escolhendo como totem pessoal o urso ou o lobo (no caso dos guerreiros chamados de Úlfhedinn), estes guerreiros cultuavam a Odin através de danças e rituais portando máscaras animais e armamentos. Várias placas-amuletos encontradas na Escandinávia mostram cenas de homens vestindo peles (inclusive cabeças de lobo) e dançando numa espécie de êxtase. Outra fonte, escrita pelo imperador bizantino Constantino VII (De cerimoniis aulae byzantinae "Livro de Cerimônias da corte bizantina"), descreve uma “dança gótica” de soldados vestidos com peles e usando máscaras de animais, realizada por membros da guarda varangiana. Esta tropa consistia de mercenários suecos que prestavam serviço em Constantinopla (Bizâncio).
Xilogravura da imagem no capacete de Era de Vendel encontrada em Öland, Suécia, representando um dançarino de armas seguido por um berserker.
Uma passagem da Saga dos Ynglingos (escrita no século 13 D.C.) diz:
“Os homens de Odin avançam para as frentes sem armaduras, onde tão loucos como cachorros ou lobos, mordem seus escudos, são tão fortes quanto ursos ou bois selvagens, matam pessoas com um só golpe e nem o ferro nem ou o fogo os detêm.”
Outro saga que fala dos berserkir é a Saga de Egil Skallagrímsson.
Lendas mencionam gangues de berserkir com doze membros cujos aspirantes às mesmas tinham que passar por lutas ritualísticas ou mesmo verdadeiras para serem aceitos.
Alguns berserkir tomaram como nomes björn ou biorn em referência aos ursos. Um berserker famoso no mundo das sagas, que não recebe um caráter negativo, é Böðvar Bjarki, um dos companheiros do rei Hrólf Kraki:
"Böðvar Bjarki não comparece à batalha final da narrativa, surgindo para lutar em seu lugar um enorme urso, guiado pelo próprio guerreiro. Ao final, encontram-no exaurido por lutar daquela forma, em que encontra a morte por estar impossibilitado de reagir aos inimigos."
Etimologia
Existem duas explicações atuais para o nome berserker (beraserkr). A mais acreditada diz que seria “camisa de urso” (do nórdico bear), e a outra “sem camisa” (do nórdico bare). O elemento ber- foi interpretado pelo historiador do século 13 Snorri Sturluson como "nu", o que ele entendeu que significava que os guerreiros iam para a batalha sem roupa, ou sem armadura. Esta palavra também é usada em ber-skjaldaðr, que significa "nu de escudo", ou "sem escudo". Outros derivam de berr (Germ, bär = ursus, urso); A visão de Snorri foi largamente abandonada.
Em inglês existe a expressão "to go berserk", que significa "ficar violento", "enlouquecido", "incontrolável".
A palavra inglesa berserk é derivada das palavras nórdicas antigas ber-serkr (plural ber-serkir) possivelmente significando "camisa de urso".
Teoria
Desde o século 18 os estudiosos tentam explicar esse comportamento frenético dos berserkers (chamado de berserkergang). Uma das explicações mais populares, principalmente após os anos 1960, era a de que utilizavam alucinógenos (o cogumelo Fly acaris, por exemplo, comum entre os xamãs da Lapônia) ou bebidas alcoólicas. Testes químicos e experimentos com voluntários reproduzindo situações de batalha concluíram que os efeitos colaterais derivados da ingestão destes produtos (náuseas, vômitos, tonturas), em vez de ajudar, acabaram prejudicando as ações humanas. Atualmente, portanto, são teorias descartadas.
A teoria da possessão espiritual também encontra eco em outras fontes literárias da Escandinávia. Na Saga dos Volsungos, de caráter lendário, o pai do famoso herói Sigurd (Siegfried alemão), Sigmund e seu outro filho Sinflioti, em dado momento da narrativa agem como lobos, habitando uma floresta e até assassinando pessoas. Isso parece coincidir com o comportamento do guerreiro Bovdar Bjarki (descrito na Saga de Hrolf), que trabalhava para o rei Kraki da Dinamarca. Quando ele saia para o campo de batalha, transformava-se em um imenso urso, enquanto sua forma humana ficava em casa e parecia dormir. Isso está relacionado ao hamr (alma, forma) e afylgja (forma espiritual que acompanha cada humano). Na religiosidade Viking, a hamr de um ser humano poderia se transformar em um animal e também estava relacionada à crença nos lobisomens (hamrammr, homens que viram lobos). Alguns guerreiros neozelandeses cantam o Hakka como um ritual de frenesi antes da batalha (usado até hoje no rugby).
Berserker na Sociedade
Na sociedade Viking, os berserkers eram admirados, respeitados e requisitados como mercenários, piratas e até soldados reais. Eram o que havia de melhor entre os guerreiros, já que eram valorosos e serviam de estratégia no combate. Entretanto, não eram todos que aplaudiam as ações dos berserkers: fazendeiros, artesãos e outros proprietários de pequenas terras os temiam. Para eles, esses guerreiros representavam a loucura e a perversão sexual. De fato os Berserkers eram psicologicamente instáveis; em vários relatos, como na Saga de Egil, é provado que eles não conseguiam se controlar fora do campo de batalha. Egil, por exemplo, matou a criada após ter um acesso de raiva sem motivo aparente.
Vídeo
Fonte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Berserkerhttp://portal-dos-mitos.blogspot.com/2012/12/berserker.html
https://maringapost.com.br/ahduvido/berserkers-a-furia-incontrolavel-do-ser-humano-desperta/
https://en.wikipedia.org/wiki/Berserker
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