“Ouçam todos! Aquele que provar ser o grande mentiroso da Armênia receberá uma Maçã de Ouro das mãos de Sua Majestade, o Rei!”
Gente de todas as cidades e aldeias, de todos os níveis e condições sociais, nobres, mercadores, fazendeiros, sacerdotes, ricos e pobres, altos e baixos, gordos e magros vieram em multidão ao palácio real. Não faltavam mentirosos naquela terra, e cada um contou a sua mentira ao rei.
Governantes, entretanto, estão sempre acostumados com todos os tipos de mentira, e nenhuma daquelas convenceu o rei sobre quem seria o grande mentiroso, para ganhar a Maçã de Ouro.
O rei começou a se cansar com este novo esporte e já estava pensando em cancelar a competição sem declarar um vencedor, quando apareceu diante dele um homem pobre e esfarrapado, carregando debaixo do braço uma grande ânfora de barro.
– O que posso fazer por você? perguntou Sua Majestade.
– Senhor! disse o esfarrapado, ligeiramente espantado. Sem dúvida, vossa majestade não se recorda. Mas, vossa majestade deve-me um Pote de Ouro e vim pegá-lo.
– Você é um grande mentiroso! exclamou o rei. Não lhe devo nada!
– Eu sou um grande mentiroso?! admirou-se o pobre homem esfarrapado. Então me dê a Maçã de Ouro…
O rei, percebendo que o homem estava tentando lhe passar a perna, disse:
– Não, não! Você não é um grande mentiroso!
– Então, me dê o Pote de Ouro que vossa majestade me deve, meu senhor! disse o esfarrapado.
O rei viu-se num grande dilema. E, como todo governante não pode ser desmoralizado em público, o rei lhe entregou a Maçã de Ouro consagrando o pobre esfarrapado como o grande mentiroso da Armênia."
Fonte:
CONTOS E FÁBULAS DO FOLCLORE ARMÊNIO – CHARLES DOWNING, 1993.
https://flaviomn.wordpress.com/2011/12/11/n24/
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