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Völundarkviða (O Poema de Völundr)



Sobre

Völundarkviða (O Poema de Völundr) é um dos poemas da mitologia nórdica pertencentes à Edda Poética, preservado inicialmente em dois manuscritos: o Codex Regius e no AM 748 I 4to (apenas o prólogo, porque está muito fragmentado). Relata a história de Völundr, descrito como o príncipe dos elfos. É também descrito como um dos filhos do rei dos finnar (presumivelmente do norte da escandinávia). A lenda de Völundr aparece na Þiðrekssaga af Bern e no poema The Lament of Deor, em Inglês Arcaico.


Poema
Havia um rei em Svíþjóð¹ chamado Níðuðr. Ele tinha dois filhos e uma filha. Ela se chamava Böðvildr. Havia três irmãos, filhos do rei dos Finnar². Um se chamava Slagfiðr, o segundo Egill, o terceiro Völundr. Eles andavam sobre esquis e caçavam bestas selvagens. Eles vieram para Úlfdalir³, e ali fizeram para si uma casa. Ali havia um lago chamado Úlfsjár⁴. Uma manhã eles encontraram sobre a extremidade do lago três fêmeas sentadas e tecendo linho. Perto delas estavam suas plumagens de cisnes. Elas eram Valkyrjur⁵. Duas delas, Hlaðguðr-Svanhvít e Hervör-Alvitr, eram filhas do rei Hlöðvér; a terceira era Ölrún, a filha de Kjár de Valland⁶. 

Völundr e os seus irmãos espreitam as valquírias.

Eles as levaram ao lar com eles para sua moradia. Egill obteve Ölrún, Slagfiðr Svanhvít, e Völundr Alvitr. Eles viveram ali sete anos. Então elas voaram embora para procurar batalhas, e não retornaram. Então Egill saiu esquiando a procura de Ölrún, e Slagfiðr a procura de Svanhvít, mas Völundr permaneceu em Úlfdalir. Ele era um homem habilidoso, assim os homens o conheciam de velhas sagas. O rei Níðuðr ordenou que ele fosse agarrado, assim como é relatado aqui:

01 - Donzelas voaram do sul através de Myrkviðr⁷, Alvitr a jovem, tentou a sorte; elas sobre a praia do mar se sentaram para descansar, as donzelas do sul e linho elas teciam.

02 - Uma delas, Egill abraçou, a bela mulher, de peitos alvos; Svanhvít era a segunda, ela usava uma plumagem de cisne, mas a terceira, sua irmã, de pescoço branco, Völundr a manteve.

03 - Desde então se sentaram por sete invernos, mas no oitavo todos terminaram, e no nono precisaram se dividir; as donzelas se inclinaram para a floresta sombria, a jovem Alvitr, se entregou ao örlög⁸.

04 - Da caçada veio o arqueiro de olhos finos, [Völundr, foi em distantes caminhos], Slagfiðr e Egill, encontraram o salão vazio, foram para fora e para dentro e ao redor olharam; Egill deslizou em esqui para leste atrás de Ölrún e Slagfiðr foi ao sul atrás de Svanhvít.

05 - Mas apenas Völundr ficou em Úlfdalir, ele forjou com ouro vermelho resistentes jóias, ele amarrou bem todos os anéis com cordas de tília; assim ele esperou sua brilhante esposa, se ele viesse a conseguir-la.

06 - Nisso Níðuðr ouviu, o senhor de Níára, que apenas Völundr permanecia em Úlfdalir; a noite foram homens, com cotas de malha, seus escudos brilhavam com a lua crescente.

07 - Andando em suas selas no frontão do salão, foram ali dentro, na extremidade do salão; eles virão sobre as cordas de tília anéis pendurados, ao todo setecentos que o herói possuía.

08 - E eles os pegaram, e eles os deixaram, exceto apenas um, que eles levaram. Chegou ali da caçada o arqueiro de olhos finos, Völundr, passando sobre um longo caminho.

09 - Ele foi ao fogo para assar a carne de ursa, logo os arbustos queimaram, o abeto completamente seco, com o vento árido na madeira, perante Völundr.

10 - Sentado sobre a pele de ursa, ele contou os anéis, do senhor dos Álfar⁹, apenas um faltava; ele pensou, que a filha de Hlöðvér o tinha levado. a jovem Alvitr, e que ela tivesse chegado¹⁰ ao lar.

11 - Ele estava sentado por tanto tempo, que ele adormeceu, e ele acordou triste; vendo nas mãos pesadas necessidades¹² e sobre os pés correntes apertadas.

Völundr disse:
12 - "Quem são os guerreiros, que me colocaram a corda com anéis e me acorrentaram?"

13 - Depois falou Níðuðr, o senhor dos Níar: 

"Onde você conseguiu, Völundr, príncipe dos Álfar¹², nosso dinheiro¹³ em Úlfdalir?"

Völundr disse:
14 - "O ouro não estava ali no caminho de Grani¹⁴, eu acho que nossa terra estava longe das montanhas do Rínar¹⁵; eu acho que nós mais tesouros possuímos, quando tudo está seguro no nosso lar.

15 - Hlaðguðr e Hervör foram nascidas de Hlöðvér sabe-se que Ölrún era filha de Kíar."

16 - [Lá fora estava a sábia esposa de Níðuðr¹⁶,] ela veio andando da extremidade do salão, ficando sobre o pavimento, e com voz moderada:

"Agora não parece dócil, ele que veio da floresta¹⁷."


O rei Níðuðr deu para sua filha Böðvildr o anel de ouro que ele havia pegado das cordas de
tília de Völundr, mas ele próprio usava a espada,que pertencia a Völundr. A rainha disse:
17 - "Seus olhos são penetrantes como os das serpentes brilhantes, ele mostra os dentes, quando a espada é exibida a ele e ele reconhece em Böðvildr o seu anel; cortem dele a sua força¹⁸ depois coloquem ele em Sævarstöðr¹⁹."

Assim foi feito, fizeram uma incisão em seus tendões dos pés, e ele foi colocado numa ilha, que estava próximo a terra, que se chamava Sævarstaðr. Ali ele forjou para o rei todo tipo de jóias. Nenhum homem ousava ir até ele exceto apenas o rei.

18 - "A espada que brilha no cinto de Níðuðr, que eu afiei, que eu habilidosamente forjei e eu temperei, que me parece mais habilidosa; esta espada brilhante para sempre foi tomada de mim, eu nunca verei isso ser levada de volta para a forja de Völundr."

19 - "Agora Böðvildr usa o anel vermelho da minha noiva, -para isso eu não tenho indenização.-"

20 - Ele se sentou, mas não dormia, e ele batia o martelo; ele fazia artifícios habilidosamente muito rápido para Níðuðr. Dois jovens foram a sua porta olhar, eram filhos de Níðuðr, em Sævarstaðr.

21 - Eles vieram pelo baú, perguntando pela chave, o mal estava aberto¹⁰ quando eles olharam; muitos colares estavam ali, que para esses jovens pareciam de ouro vermelho e jóias.

Völundr disse:
22 - "Venha os dois sozinhos, venha outro dia; eu darei a vocês esse ouro de presente; não diga as donzelas 
nem aos homens do salão, a nenhum homem, que me procuraram²²."

23 - Cedo um homem chamou o outro irmão: "Vamos ver os anéis!" Foram até o baú, perguntaram pela chave, o mal estava aberto, quando eles olharam."

24 - Ele cortou-lhes a cabeça fora, desses garotos e debaixo da fuligem das tiras do fole colocou os pés; os crânios deles, que estavam debaixo dos cabelos, ele fixou prata,por fora, e deu para Níðuðr.

25 - E de seus olhos, fabricou gemas preciosas que ele deu sabiamente para a esposa de Níðuðr, mas dos dentes desses dois ele fabricou broches e deu a Böðvildr.

26 - Então Böðvildr se gabou do anel que conseguiu 
-- -- --
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[para Völundr o trouxe²³], quando ela o quebrou: 
"Eu não ouso dizer isso a ninguém salvo apenas você."

Völundr disse:
27 - "Eu repararei de tal modo o ouro quebrado que seu pai achará mais belo e sua mãe achará muito melhor e você própria na mesma proporção."

28 - Ele trouxe cerveja para ela, porque ele era mais sábio, assim que ela se sentou caindo de sono. 
"Agora eu terei minha vingança, do meu sofrimento sobre todos, menos uma, na mulher perversa²⁴."

29 - "Eu desejo, " disse Völundr, "que eu fique sobre meus pés de quando Níðuðr me privou."
Völundr rindo elevou ao céu²⁵, Böðvildr chorando foi embora da ilha, triste por seu amor partir e a fúria de seu pai.

30 - Lá fora estava a sábia esposa de Níðuðr, e ela veio andando da extremidade do salão, -mas ele estava no muro do salão sentado descansando:

"Você está acordado, Níðuðr, senhor de Níar?"

31 - "Eu sempre estou acordado, sem vontade eu durmo desde a morte de meus filhos; minha cabeça está gelada, teus conselhos são frios para mim, eu desejo isso agora, que eu fale com Völundr.

32 - Me diga Völundr, príncipe dos Álfar, o que aconteceu com meus saudáveis garotos."

Völundr disse:
33 - "Você deve jurar para mim primeiro de tudo, pela prancha do navio, pela borda do escudo, pelas costas do cavalo, pela ponta da espada, que você não atormentará a esposa de Völundr²⁶ nem da minha noiva causará a morte, embora eu tenho uma esposa que você conhece e possui um bebê lá dentro do salão.

34 - Vá para o forja, que você construiu, ali você encontrará o fole coberto de sangue; eu cortei em pedaços as cabeças dos seus garotos, e debaixo da fuligem das tiras do fole coloquei os pés.

35 - Os crânios deles, que estavam debaixo dos cabelos, eu fixei prata, por fora, e dei para Níðuðr; e de seus olhos, fabriquei gemas preciosas que eu dei sabiamente para a esposa de Níðuðr,

36 - Mas dos dentes desses dois eu fabriquei broches que eu dei a Böðvildr; agora Böðvildr andara com o aumento de uma criança²⁷, a única filha que vocês tiveram."

Níðuðr disse:
37 - "Você nunca disse uma palavra, que me mais me afligiu, nem eu te desejaria, Völundr, pior injúria; nenhum homem é tão alto, de seu cavalo para te pegar, nem tão forte, que possa te atirar para baixo²⁸, onde você se distanciou no alto do céu."

38 - Völundr rindo elevou ao céu, mas Níðuðr depressivo, ficou então sentado depois disso.

Níðuðr disse:
39 - "Levante-se, Þakkráðr, o melhor dos meus servos, peça a Böðvildr, a donzela de alvas sobrancelhas, de finas vestes vir falar com seu pai.

40 - Isso é verdade, Böðvildr,o que me foi contado: 
que você e Völundr se sentaram juntos na ilha?"

Böðvildr disse:
41 - "Isso é verdade, Níðuðr, o que te contaram:
me sentei junto com Völundr, na ilha por um breve momento, embora nunca deveria; eu não soube como me empenhar contra ele, eu não fui capaz de me empenhar contra ele."


Notas

¹ Svíþjóð é a Suécia.
² Finnar são os Finlandeses.
³ Úlfdalir significa Vale do Lobo.
⁴ Úlfsjár significa Mar do Lobo.
⁵ Embora elas sejam Valquirias, seus nomes não aparecem na lista de Valkyrjur da Edda em Prosa de Snorri.
⁶ Valland significa Terra da Morte.
⁷ Significa Floresta Negra.
⁸ A Lei Primaria, o Destino.
⁹ Elfo. Völundr é identificado como sendo da raça dos Elfos, que eram habilidosos ferreiros.
¹⁰ Ele pensou que ela tinha retornado ao lar depois de deixa-lo.
¹¹ Ele estava acorrentado.
¹² Novamente Völundr é associado aos Elfos.
¹³ Níðuðr havia chegado com seus homens para capturar Völundr acusando-o de ter roubado o seu tesouro. É possível que Níðuðr por ser o rei ele pensasse que era o dono das riquezas da terra e que outros deviam pagar-lhe tributo. Porém isso é mera suposição.
¹⁴ Grani é o nome do cavalo de Sigurðr Fáfnisbani. Völundr parece afirmar que sua riqueza não fazia parte do lendário tesouro dos Niflungar e nem pertencia a Níðuðr.
¹⁵O rio Reno. Nota-se que o Reno é visto como um rio abundante em ouro segundo as lendas.
¹⁶ As duas primeiras linhas foram colocadas aqui, mas não estão no manuscrito. Essas linhas foram recolocadas aqui tiradas das duas primeiras linhas da estrofe 30, mas com certeza se trata da esposa de Níðuðr.
¹⁷ Völundr. Ao que parece Völundr foi levado para o lar de Níðuðr.
¹⁸ Os tendões.
¹⁹ Significa "Habitação no Mar".
²⁰O baú aberto indica a queda dos irmãos.
²¹ A Þiðrekssaga af Bern relata que Völundr manda os filhos do rei embora com instruções, dizendo para eles voltarem quando a neve estiver caindo e fossem até lá andando de trás para frente. Na verdade Völundr havia planejado isso caso alguém descobrisse que os dois estiveram lá e assim ele poderia dizer que eles saíram em segurança e as pegadas na neve seriam a evidencia disso. Os dois assim fizeram e Völundr os matou.
²² O anel. Ao que parece esse anel que Völundr possuía antes de ser-lhe arrancado possuía poderes mágicos (ou ele encantou depois que ele o consertou) porque logo que o recuperou ele pode voar. Ele pretendia dá-lo para sua antiga esposa Alvitr. Isso é até possível já que Völundr era dito ser um Elfo e os Elfos eram hábeis em fabricar artefatos mágicos.
²³A rainha esposa de Níðuðr.
²⁴ A Þiðrekssaga af Bern relata que Egill, o irmão de Völundr, veio em seu socorro atirando pássaros para que Völundr pudesse fabricar asas para poder fugir de Níðuðr. Porém, acredita-se que Völundr fabricou asas com plumagem de cisnes para poder fugir.
²⁵ Böðvildr.
²⁶A Þiðrekssaga af Bern conta que Völundr retornou com um exército, matou Niðuðr e depois se casou com Böðvildr. Eles tiveram um filho chamado Vidia/Viðga/Witege. Conta-se que esse Vidia se tornou um grande herói germânico.
²⁷A Þiðrekssaga af Bern conta que Níðuðr obrigou Egill, a atirar em seu irmão Völundr, mas Völundr havia escondido um saco cheio de sangue debaixo do braço esquerdo e quando Egill atirou nele, ele acertou o saco, assim Níðuðr pensou que Völundr estava morto.

Fonte

http://aav-rn.blogspot.com/2011/10/volundarkvia-cancao-de-volundr.html
http://portal-dos-mitos.blogspot.com/2014/04/a-edda-poetica-parte-x-volundarkvia.html

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